Pé de Manacá - inspiração em forma de flor

Na casa da minha tia, bem em frente à minha, na vila onde moro, tem um lindo pé de manacá e nesta época do ano, sempre no início da noite, seu perfume doce e suave entra pela minha janela.

Hoje tive a oportunidade de fotografá-lo e fiz questão de publicar no Meu Blues Pra Você. Espero que você curta e perdoe a minha falta de técnica fotográfica! (clique para ve-la ampliada)

Ao pesquisar sobre esta planta, descobri que o manacá-de-cheiro (Brunfelsia uniflora), como o próprio nome diz, é extremamente perfumado, além disso suas flores mudam de cor assim como o manacá-da-serra. Inicialmente elas são azul-arroxeadas e com o passar do tempo, vão clareando até tornarem-se brancas. Com isto, durante a floração, o manacá-de-cheiro apresenta um colorido muito especial. O manacá-de-cheiro é muito parecido com o jasmim-do-paraguai (Brunfelsia australis). A floração ocorre na primavera e verão.

É considerado um arbusto, mas com facilidade torna-se uma arvoreta, se eliminarmos as brotações que surgem das raízes, podendo atingir 3 metros de altura. Suas folhas são ovais e lisas. Sua utilização no paisagismo é muito ampla, podendo ser cultivada isolada ou em grupos, tendo-se o cuidado de não plantá-la próxima à dormitórios de crianças e pessoas mais sensíveis, devido ao forte perfume.

Devem ser cultivadas a pleno sol, em solo fértil enriquecido com matéria orgânica, com regas regulares. Tolera sombra parcial, aceita bem podas de formação e aprecia o frio. Multiplica-se por estaquia e por sementes e agrega um presente muito bonito: traz a Borboleta do Manacá (Fonte: http://www.desbravadores.org.br).

Borboleta do Manacá
Foto de Antonio CBC Lopes

Com o nome científico de Methoma themisto esta borboleta vive em função da planta pois suas folhas são o único alimento de suas lagartas.

Com 80 mm de envergadura, tem asas transparentes, o que lhe facilita a fuga em vôo, pois seus predadores têm dificuldade em visualizá-la. Pode voar grandes distâncias e agrupa-se a outras populações da espécie.

O macho permanece próximo ao manacá, atento às jovens fêmeas. O acasalamento nesta espécie é brutal: durante o vôo, o macho segura a fêmea até que ela cai ao solo, onde se realiza a cópula.

A postura dos ovos é no próprio pé de manacá e eclode em menos de 30 dias. A crisálida, amarela manchada de preto, é encontrada sob as folhas da árvore ou nas imediações dela.

Manacá é também o nome de uma bonita e importante tela da artista plástica Tarsila do Amaral (1/9/1886-17/1/1973), criada em 1927 (um ano antes da famosa Abaporu, que inspirou o marido, Oswald de Andrade a criar o Movimento Antropofágico). Para acessar o site oficial da pintora, clique aqui.

Finalmente, Manacá é o nome de uma banda que mistura diversos elementos musicais para criar o seu próprio universo sonoro: "de Cordel do Fogo Encantando ao neo-progressivo americano do Mars Volta; Movimento Armorial a Led Zeppelin e Queens of the Stone Age a Novos Baianos, dentre muitos outras das inúmeras combinações possíveis", afirmam em seu site. As letras não deixam por menos, e versam sobre temas pouco comuns no árido cenário do pop/rock, tão diversos quanto as festas de reisado do Nordeste brasileiro e os movimentos sebastianistas do século XIX.. Apresentando-se como "tropicalistas contemporâneos" seu nome é inspirado pelo fruto arroxeado, citado na Pedra do Reino, de Ariano Suassuna. Acesse o seu site oficial.