Condenados à Liberdade
No dia 22 de outubro de 1964 o escritor e filósofo existencialista Jean-Paul Sartre é eleito para receber o Prêmio Nobel de Literatura, mas declina.

Órfão de pai desde os dois anos, Jean-Paul Sartre sofreu as primeiras influências por parte de sua mãe Anne-Marie e de seu avô Charles Schweitzer, que o iniciou na literatura clássica desde cedo. Fez seus estudos secundários em Paris, no Lycée Henri IV, onde conheceu Paul Nizan. De 1922 a 1924, estudou no curso preparatório do lycée Louis-le-Grand.
Nessa época despertou seu interesse pela Filosofia, influenciado pela obra de Henri Bergson. Em 1924 ingressou na École Normale Supérieure, onde conheceu, em 1929, Simone de Beauvoir que se tornaria sua companheira e colaboradora até o fim de sua vida.
Sartre e Beauvoir não formavam um casal comum de acordo com padrões da época. Ambos possuíam amantes, e partilhavam confidências sobre suas relações com outros parceiros. Este modo de vida violava os valores da tradicional sociedade francesa, que se escandalizou com essa relação.
Apresentado à fenomenologia de Husserl por Raymond Aron, Sartre fica fascinado por essa escola que permite estudar filosoficamente cada aspecto da vida humana. Vai então a Berlim como bolsista do Institut Français. Durante esta viagem, conhece a obra de Martin Heidegger que se tornaria a base da primeira fase de sua carreira filosófica.
De 1936 a 1939, ele ensina em Havre, Laon e Paris. Nesta época escreve suas primeiras obras filosóficas: L'Imagination (A Imaginação) (1936) e La Transcendence de l'égo (A Transcendência do ego) (1937). Em 1938 publica La Nausée (A Náusea), um romance que é uma espécie de estudo de caso existencialista e que apresenta, em forma de romance, algumas das idéias que ele posteriormente desenvolveria em sua obra filosófica.
"A Liberdade é a nossa arma."
Jean Paul Sartre
Em 1943 publica seu mais famoso livro filosófico, L'Être et le Néant (O ser e o nada), ensaio de ontologia fenomenológica, que condensa todos os conceitos importantes da primeira fase de seu sistema filosófico.
Sua participação na Resistência não é aceita por todos, e o filósofo Vladimir Jankélévitch o reprova por sua "falta de engajamento político" durante a ocupação alemã, e vê em seus posteriores combates em prol da liberdade uma tentativa de se redimir por esta atitude.
Em 1945, ele cria e passa a dirigir junto a Maurice Merleau-Ponty a revista Les Temps Modernes (Tempos Modernos), onde são tratados mensalmente os temas referentes à Literatura, Filosofia e Política. Além das contribuições para a revista, Sartre escreve neste período algumas de suas obras literárias mais importantes. Sempre encarando a literatura como meio de expressão legítima de suas crenças filosóficas e políticas, escreve livros e peças teatrais que tratam a respeito das escolhas que os homens tomam frente às contingências às quais estão sujeitos. Entre estas obras destacam-se a peça Huis Clos (Entre quatro paredes) (1945) e a trilogia Les Chemins de la liberté (Os caminhos da Liberdade) composta pelos romances L'age de raison (A idade da razão) (1945), Le Sursis (Sursis) (1947) e Le mort dans l'âme (Com a morte na alma) (1949).
No período mais prolífico de sua carreira escreve ainda várias peças de teatro e ensaios. Na década de 1950 assume uma postura política mais atuante, e abraça o comunismo. Torna-se ativista, e posiciona-se publicamente em defesa da libertação da Argélia do colonialismo francês. A aproximação do marxismo inaugura a segunda parte da sua carreira filosófica em que tenta conciliar as idéias existencialistas de auto-determinação aos princípios marxistas. Por exemplo, a idéia de que as forças sócio-econômicas, que estão acima do nosso controle individual, têm o poder de modelar as nossas vidas. Escreve então sua segunda obra filosófica de grande porte, La Critique de la raison dialectique (A crítica da razão dialética) (1960), em que defende os valores humanos presentes no marxismo, e apresenta uma versão alterada do existencialismo que ele julgava resolver as contradições entre as duas escolas.
Considerado por muitos o símbolo do intelectual engajado, Sartre adaptava sempre sua ação às suas idéias, e o fazia sempre como ato político. Em 1963 Sartre escreve Les Mots (As palavras, lançado em 1964), relato autobiográfico que seria sua despedida da literatura. Após dezenas de obras literárias, ele conclui que a literatura funcionava como um substituto para o real comprometimento com o mundo. Em 1964 recebe o Prêmio Nobel de literatura, que ele recusa pois segundo ele "nenhum escritor pode ser transformado em instituição". Morre em 15 de abril de 1980 no Hospital Broussais em (Paris). Seu funeral foi acompanhado por mais de 50 000 pessoas. Está enterrado no Cemitério de Montparnasse em Paris.
Em 1945, ele cria e passa a dirigir junto a Maurice Merleau-Ponty a revista Les Temps Modernes (Tempos Modernos), onde são tratados mensalmente os temas referentes à Literatura, Filosofia e Política. Além das contribuições para a revista, Sartre escreve neste período algumas de suas obras literárias mais importantes. Sempre encarando a literatura como meio de expressão legítima de suas crenças filosóficas e políticas, escreve livros e peças teatrais que tratam a respeito das escolhas que os homens tomam frente às contingências às quais estão sujeitos. Entre estas obras destacam-se a peça Huis Clos (Entre quatro paredes) (1945) e a trilogia Les Chemins de la liberté (Os caminhos da Liberdade) composta pelos romances L'age de raison (A idade da razão) (1945), Le Sursis (Sursis) (1947) e Le mort dans l'âme (Com a morte na alma) (1949).
No período mais prolífico de sua carreira escreve ainda várias peças de teatro e ensaios. Na década de 1950 assume uma postura política mais atuante, e abraça o comunismo. Torna-se ativista, e posiciona-se publicamente em defesa da libertação da Argélia do colonialismo francês. A aproximação do marxismo inaugura a segunda parte da sua carreira filosófica em que tenta conciliar as idéias existencialistas de auto-determinação aos princípios marxistas. Por exemplo, a idéia de que as forças sócio-econômicas, que estão acima do nosso controle individual, têm o poder de modelar as nossas vidas. Escreve então sua segunda obra filosófica de grande porte, La Critique de la raison dialectique (A crítica da razão dialética) (1960), em que defende os valores humanos presentes no marxismo, e apresenta uma versão alterada do existencialismo que ele julgava resolver as contradições entre as duas escolas.
Considerado por muitos o símbolo do intelectual engajado, Sartre adaptava sempre sua ação às suas idéias, e o fazia sempre como ato político. Em 1963 Sartre escreve Les Mots (As palavras, lançado em 1964), relato autobiográfico que seria sua despedida da literatura. Após dezenas de obras literárias, ele conclui que a literatura funcionava como um substituto para o real comprometimento com o mundo. Em 1964 recebe o Prêmio Nobel de literatura, que ele recusa pois segundo ele "nenhum escritor pode ser transformado em instituição". Morre em 15 de abril de 1980 no Hospital Broussais em (Paris). Seu funeral foi acompanhado por mais de 50 000 pessoas. Está enterrado no Cemitério de Montparnasse em Paris.
Fonte: Wikipedia
2 comentários:
O vídeo foi muito bem realizado. Um slideshow altamente coerente com as palavras que vão sendo ditas. Um achado, Helinho!
Que bom que você gostou, Nina! Pesquisei bastante para encontrar esse slideshow que tem o melhor resumo do pensamento existencialista do filósofo francês. Beijos!
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